História

A que é hoje designada Associação Portuguesa de Cabeleireiros e Estética de Braga, aos 30 de Dezembro de 1909, em conformidade com o Artigo 3º do Decreto de 9 de Maio de 1891, foi-lhe concedido Alvará por El Rei, último de Portugal

El Rei aprovou os Estatutos da que então naquela data foi designada por Associação da classe dos lojistas de Barbeiros e Cabeleireiros, dos quais constavam oito capítulos e quarenta e dois artigos.

No espólio da nossa Associação encontramos documentação diversa que muitos no honra e deverá igualmente honrar todos aqueles que com orgulho fazem parte desta classe e desta casa que está prestes a completar um centenário de vida. Uma vida que como teremos oportunidade de verificar quando consultarmos as actas existentes, não foi fácil. Passaram os nossos antepassados colegas por caminhos tortuosos onde as facilidades não existiram tal como no presente, infelizmente ainda não existem.

Posteriormente a ser Associação da classe dos lojistas de Barbeiros e Cabeleireiros, foi designada Grémio Distrital dos Industriais Barbeiros e Cabeleireiros de Braga.

Da Associação da classe dos lojistas de Barbeiros e Cabeleireiros infelizmente ainda não encontramos dados concretos, mas do Grémio desde a sua acta primeira temos todos os seus passos mais significativos, o que muito orgulhosos nos deixa.

A Acta nº1 do Grémio, remonta ao ano de 1944, e a primeira acta foi redigida no mesmo ano ao 11ºdia do 2º mês, constam neste Livro de Actas 392 folhas numeradas e rubricadas pela Presidente de então.

A sua sede e, 09/04/1944 situava-se na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, nº41, e o seu presidia à Direcção o Senhor José Moreira Júnior que renunciou ao cargo no momento da tomada de posse por não ter condições para zelar pela classe, pois era funcionário publico e tal era incompatível com o cargo de Presidente, no entanto por longos anos fez parte desta casa como Presidente da Assembleia, tendo sido, então, o cargo de Presidente da Direcção assumido por António Carvalho de Vasconcelos a 14/02/1944.

Na data, para a sua Fundação como Grémio, houve a necessidade de recorrer a um crédito. Crédito esse contraído no já extinto Banco Pinto & Sotto Mayor cujo valor foi de 500$00, (quinhentos escudos), pelo prazo de nove meses.

Enquanto procediam a melhorias de condições no interior da sede, por tal motivo esta passou a laborar no mesmo imóvel mas no 1ºandar.

No mesmo ano, a 11/04/1944, o Grémio, perante muito esforço, conforme consta na acta, decidiu liquidar antes do prazo previsto o empréstimo que havia contraído. O qual foi liquidado nessa altura por acordo encontrado na data dessa reunião.

A 31/05/1944, nas actas passa a figurar a Avenida Central, nº40, 1º como sede do Grémio.

Em 26/07/1944 foram enviadas as tabelas adoptadas em todo o Distrito de Braga para que o Dr. Delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Providencia de Braga procedesse à sua aprovação.

No dia 10/08/1944, figura pela primeira vez nas actas do Grémio a redacção do Contrato Colectivo de Trabalho. Esta redacção foi executada conjuntamente com o Sindicato Nacional dos Oficiais Barbeiros e Cabeleireiros, e o mesmo vigorou a partir de 01/04/1945.

A 20/02/1945 a Direcção propôs ao Sr. Delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Providência de Braga que lhe fosse concedido o alargamento da sua área de Jurisdição ao Distrito de Viana do Castelo.

No dia 09/08/1945 assumiu a Presidência o Senhor Casimiro Gonçalves Moreira.

Já nesta altura era o Grémio o organismo oficial que deferia ou indeferia o pedido de qualificação profissional.

Na acta do dia 04/09/1946, consta ter tomado posse como Presidente do Grémio o Sr. José Rodrigues, o mesmo já fazia parte das Direcções anteriores como Secretário, pelo que as actas nos revelam este Senhor foi também quem dedicou muitos anos ao serviço desta casa.

No mesmo ano, a 05/09/1946, o Grémio inaugurou na sua sede uma sala de convívios e uma sala de jogos com bar de forma a proporcionar momentos de descontracção e agradável convivo e bem estar aos seus associados. O Grémio nesta fase era já convidado para participar em variadíssimos eventos e Braga e até em Lisboa e Porto, havia apenas um entrave que era os meios de transporte, só conseguiam ultrapassar estes obstáculos por terem amigos que disponibilizavam os seus meios de transporte particulares suportando o Grémio apenas o combustível. No entanto hoje em dia a nossa Associação também está presente em vários locais apenas e só graças à dedicação e disponibilidade dos meios próprios dos órgãos da Direcção. Eram, portanto limitações que ainda hoje se sentem uma vez que a Associação também ainda não tem capacidade para ser auto suficiente.

No dia 08/04/1948, assumiu a presidência da Direcção o Sr. António Maria Rodrigues.

Após ter havido divergências com o Instituto Nacional do Trabalho e Providencia, este organismo imputa responsabilidades pessoais aos órgãos directivos do Grémio, por qualquer assunto que daí em diante não corra da melhor maneira. Esta decisão foi acatada mas não sem antes terem respondido em forma de oficio dando conta do seu desagrado pois todos os órgãos directivos eram pessoas dedicadas ao Grémio mas cuja situação pessoal e familiar não poderiam por em questão assumindo pessoalmente ónus da mesma. Tal como nos nossos dias os órgãos directivos também naquele tempo não usufruíam de qualquer tipo de ordenado ou ajudas. Era e é um cargo assumido por questões puramente sociais, por gosto e dedicação à classe, por, como diz o povo, amor à camisola.

A 20/09/1949 o Secretário do Estado das Cooperações isenta os comerciantes ao pagamento e inscrição obrigatória até aí a todos os comerciantes na Caixa de Providencia mas não é esta isenção extensiva à classe. Esta Lei deixa a direcção do Grémio muito revoltada, por serem tratos de forma diferente dos restantes comerciantes.

Em 21/09/1949 o então Ministro da Economia negou o direito ao Grémio de ser este a realizar as tabelas dos serviços dos industrias de barbearia.

Mesmo depois de ter havido contactos da Direcção no sentido de conseguirem que a isenção para a Caixa de Providencia abarcasse também a classe, a Caixa de Providencia continua a negar esse direito aos Barbeiros e Cabeleireiros. No entanto nesta altura há imensos associados que se negaram a pagar o que leva a Direcção a solicitar junto da Caixa de Providencia que concedam que os valores que os seus associados tivessem em atraso fossem liquidados sob a forma de prestações para que desta forma não lhes fossem penhorados bens como já na altura estavam a começar a fazer.

Aos nove dias do mês de Fevereiro de 1950, o Sindicato Nacional dos Oficiais Barbeiros propõe ao Grémio que o ordenado de Barbeiro fosse fixado em 120$00 semanais. A Direcção não aceita e então fixaram-se os seguintes salários.

Para os barbeiros que trabalhassem em barbearias de 1ªclasse, que seria o mesmo que dizer com 3 ou mais cadeiras; 100$00.

Com menos de 3 cadeiras o valor seria 90$00, e

70$00 as barbearias de 2ºclasse, que seriam as de fora das cidades.

Corria o mês de Junho do ano de 1950 quando a Direcção reafirmou que num dos estatutos a vigorar desde Fevereiro de 1947 constava que quando os associados se atrasam a efectuar o pagamento das quotas, tal dá direito à cobrança de uma coima, na altura quando o atraso era de três meses, a multa seria de 2$50. Cada associado que se atrasasse além dos quatro meses era imediatamente enviado o seu nome a tribunal para de forma coerciva pagar o que devia ao Grémio, porque era esse o seu dever.

A 30/01/1951 o Grémio solidário com os colegas de Lisboa no que dizia respeito à abertura das barbearias aos Domingos até às 14horas, enviou um telegrama para o Ministro das Cooperações como forma de exercer força no sentido de que a autorização seja conseguida.

Neste ano o valor da renda da sede do Grémio era de 150$00 mensais.

Na acta do dia 30/01/1951, toma posse como Presidente o Senhor Adolfo Soares da Silva, que havia ganho as eleições em 04/01/1951

A 19/02/1953, lia-se o acordo em relação aos feriados anuais, que se lê assim:

…”Feriados são os fixados por Lei mais as Segundas feiras de Páscoa a partir das 13horas. Se algum feriado for ao Sábado, poderão abrir no Domingo até às 13horas e na Sexta feira anterior abrir até às 22horas. Se o feriado for à Segunda feira, abre até às 13horas”.

Nesta intenção houve acordo com o Sindicato.

…”Em relação aos Sábados, encerra às 13horas nos meses de verão, nos restantes meses às 22horas”.

Em relação a esta ultima ambição, não houve acordo com o Sindicato, uma vez que a proposta do Sindicato era a de não abrir aos Sábados durante todo o verão.

No dia 03/09/1953, a sede do Grémio é transferida para a Rua dos Capelistas, 15, sala da frente, 1º andar, o valor da renda é fixada nos 150$00 mensais, o seu senhorio é o Senhor Carlos Magalhães. A inauguração da sede foi no dia 01/10/1953, foi servido um copo dàgua e tal acontece num ambiente restrito, por decisão unânime e lavrado em acta, não é permitido a presença de Senhoras.

O Grémio manda pela primeira vez elaborar uma bandeira e estandarte para hastear na sede, afirma encarregue do seu fabrico foi Sousa & Martins, Lda, uma empresa do Porto, o valor total da despesa foi de 2440$00 que foi pago em prestações, devido à frágil situação económica do Grémio.

Em 03/06/1954 deu-se o acordo do Horário de Trabalho que foi o seguinte;

Das 9horas às 13horas e das 15horas às 20horas;

Aos Sábados era até às 23horas nos meses de Junho a 31 de Agosto e até às 22 nos restantes.

A 07/01/1955 é o Senhor Artur Faria Braga quem assume a presidência do Grémio e que segundo os documentos consultados se mantém no mesmo cargo durante 27 anos.

A sede do Grémio passa para a Rua Frei Caetano Brandão, nº87 no dia 03/01/1958.

Este local foi o mesmo durante 51 longos anos, só arrancando o progresso da nossa Associação no passado ano de 2007 quando a mesma passou de mãos de duas Direcções que durante mais de quarenta anos estagnou, estagnando também a possibilidade dos nossos associados terem acesso aquilo que perante os estatutos têm direito.

A 31/01/1958 o Senhor Artur Faria Braga é reeleito como Presidente.

A 13/03/1958 foram alterados os preços dos serviços que passaram a ser os seguintes:

Barba 2$00; Cabelo 6$00; Cabelo+Barba 7$50.

No dia 22/09/1959 deu-se nova actualização dos preços dos serviços para os seguintes valores:

Barba 2$00; Cabelo 7$00; Cabelo+Barba 6$50.

Para as barbearias de 2ªcategoria os preços eram os seguintes:

Barba 2$00; Cabelo 5$00; Cabelo+Barba 6$50.

Foi pedido ao INTP (Instituto Nacional do Trabalho e Providencia) no dia 14/12/1960 autorização para fechar às Segundas feiras e abrir ao Domingo até às 13horas porque a Câmara Municipal de Vila Verde autorizou aos seus Munícipes Barbeiros a fazê-lo. Todo o Distrito louvou tal acto e desejava a mesma atitude por parte das Câmaras de onde pertenciam.

É a 17/01/1961 novamente reeleito o Senhor Artur Faria Braga como Presidente.

A 24/07/1961 foi concedido em negociação com o Sindicato um aumento de 20$00 semanais aos oficiais de barbeiro acrescidos de 50% de comissão do apuro do aumento dos seus serviços.

No ultimo mês do ano de 1961, o Grémio de Braga reuniu com o Grémio de Lisboa no Porto para colher informações acerca da intenção de abrir uma escola profissional na sede do Grémio alargando no entanto a todo o imóvel a sua ocupação.

No ano de 1961, a 22 de Dezembro, foi criada a primeira revista de cabeleireiros, a revista dos Barbeiros e Cabeleireiros de Portugal, para a qual o Grémio contribuiu com 1000$00.

Em Fevereiro de 1962 ano as quotas fixaram-se em, para:

Ambulantes com uma cadeira a quota passou a ser 5$00 com jóia de 20$00;

Com duas ou mais cadeiras passou a ser 6$00 com jóia de 25$00;

Com mais de duas cadeiras passou a ser 7$50 com jóia de 30$00.

Temos gosto que os nossos antecedentes se preocupassem também com o próximo mesmo estando a passar por dificuldades, tivemos a oportunidade de ler que em finais de Fevereiro do ano de 1964, mesmo com poucos recursos o nosso Grémio ajudou as vitimas da catástrofe da Ilha de São Jorge nos Açores a pedido do Grémio de Hangra do heroísmo, desta forma ajudando o próximo, ajudando os colegas. O mesmo se verifica que faziam com os sócios que impossibilitados de exercer a sua profissão devido a graves enfermidades e solicitassem ajuda. Às viúvas de associados que ficavam desamparadas com a morte súbita do marido e com filhos a cargo o Grémio também ajudava enviando pequenos donativos e isentando as quotas por período temporário.

No mês de Novembro de 1964, começou a ser tratada a regulamentação da escola profissional por uma comissão de quatro elementos sendo dois patrões e dois oficiais. Acordo este encontrado entre Direcção do Grémio e três membros Directivo do Sindicato dos Oficiais, dos quais apenas temos o nome de dois representantes sendo o Senhor Luís Edgar Fernandes Rodrigues e José Gomes de Lima.

Em 28/01/1965 é reeleito o Senhor Artur Faria Braga como Presidente.

A 13/05/1966 deu-se um novo aumento dos serviços, passando a ser para o primeiro grupo:

Barba 3$00; Corte de cabelo 10$00; Corte+barba 12$50; Corte à francesa 20$00; Barba aparada à tesoura ou mista 8$00; Rapar pescoço 6$00; Lavagem de cabeça sem secagem 5$00; Secagem 2$50; Lavagem de cabeça com champô 7$50.

Para o segundo grupo:

Barba 2$50; Corte de cabelo 7$50; Corte+barba 10$00; Corte à francesa 20$00; Barba aparada à tesoura ou mista 7$50; Rapar pescoço 4$50; Lavagem de cabeça 5$00.

Ainda se poderá ler …”o serviço ao domicilio será pago pelo dobro elevando-se mais um aumento conforme a distancia e demora”.

No dia 06/06/1968 como Presidente é reeleito o Senhor Artur Faria Braga.

Em Maio de 1969 há a pretensão de abrir a escola de formação na época que se avizinhava.

A nossa ambição e sonho que esperamos estar prestes a tornar realidade era já igualmente ambição dos nossos antepassados.

Na acta de 15/09/1969 é marcada a data da abertura da escola para o mês seguinte.

No ultimo mês do ano de 1969 acerta-se os valores a cobrar pelos serviços para vigorar a partir de 02/02/1970 que seriam, para o primeiro grupo:

Barba 4$00; Corte de Cabelo 13$00; Barba aparada à tesoura ou mista 10$00; Corte de cabelo+barba 17$00; Rapar o pescoço 10$00; Corte de cabelo à francesa 27$50; Lavagem de cabeça 7$50; Lavagem de cabeça com secagem 10$00; Secagem 5$00; Spray-Net 3$50.

Para o segundo grupo os valores eram:

Barba 3$00; Corte de cabelo 10$00; Rapar o pescoço 6$00; Corte de cabelo à francesa 20$00; Barba+cabelo 13$00; Barba aparada à tesoura ou mista 8$00; Lavagem de cabeça com secagem 5$00; Lavagem de cabeça com champô 7$50; Secagem 2$50.

Novamente reeleito como Presidente o Senhor Artur Faria Braga no dia 16/03/1970.

A 29/03/1971 a quota mensal passa para 7$50 para ambulantes /aldeias/ vilas e cidades para 12$50. Cabeleireiras a quota era à data de 15$00. A jóia era de 30$00, 35$00 e 45$00 respectivamente. A fazer efeito a partir de 01/01/1972.

Senhor Artur Faria Braga reeleito como Presidente a 30/03/1973.

O numero de horas de trabalho passa para 48horas semanais a 04/08/1973.

No dia 13/09/1973 os barbeiros entram em acordo e acertam laborar de Segunda a Sábado das 9horas às 13horas e das 15:30horas às 19:30hras, encerrando aos Domingos.

Regulamentaram o horário de trabalho das cabeleireiras a 22/09/1973 que ficou fixado da seguinte forma:

De Segunda a Quinta feira:

Horário da manhã das 9horas às 12:30horas;

Horário da tarde das 15horas às 19horas.

Sextas e Sábados:

Horário da manhã das 9horas às 13horas;

Horário da tarde das 15horas às 20horas.

Encerrando aos Domingos.

Estes horários foram de novo alterados em 09/05/1974.

Os barbeiros de Junho a Setembro trabalhavam:

De Segunda a Quinta feira das 9horas às 13horas e das 15:30horas às 20horas, às Sextas feiras das 9horas às 13horas e das 15horas às 20horas.

Aos Sábados das 8horas às 13horas.

Aos Domingos encerram.

De Outubro a Maio trabalhavam:

Das 9horas às 13horas, à Terça das 9horas às 13horas e das 15:30horas às 19:30horas.

De Quarta a Sábado o horário era das 9horas às 13horas e das 15horas às 20horas. Encerrando aos Domingos.

Salientavam o facto de que em locais de praias ou termas, aos Sábados de verão abririam todo o dia e encerrariam o dia todo de Segunda-feira.

Feriados nacionais ou Municipais que fossem às Sexta ou Segunda-feira, abririam no Sábado anterior ao mesmo todo o dia e se calhasse à Terça feira, abririam na Segunda-feira anterior todo dia de Inverno.

O horário de Cabeleireiro de Senhoras sofreu alterações em 30/05/1974 para o seguinte:

De Junho a Setembro:

Segunda e Terça-feira das 9horas às 13horas e das 15horas às 19horas.

De Quarta a Sexta-feira das 9horas às 13horas e das 15horas às 20horas.

Aos Sábados das 8horas às 13horas.

Encerrando aos Domingos.

De Outubro a Maio:

À Segunda-feira das 15horas às 19horas.

À Terça-feira das 9horas às 13horas e das 15horas às 19horas.

De Quarta-feira a Sábado das 9horas às 13horas e das 15horas às 20horas.

Encerrando aos Domingos, no entanto existia a mesma ressalva que nos barbeiros nos locais de praias ou termas.

Quanto aos valores dos serviços, estes continuaram a ter as suas actualizações, em 16/09/1974, os mesmos passaram a ser:

Para o 1º grupo: Barba 7$50; Corte de cabelo 25$00; Corte de cabelo à navalha 45$00; Lavagem com secagem 20$00; Secagem 12$50; Spray-net 7$50.

Para o 2º grupo: Barba 6$00; Corte de cabelo 20$00; Corte de cabelo à navalha 35$00; Lavagem de cabeça 15$00; Secagem 10$00; Spray-net 5$00.

Em relação aos serviços dos cabeleireiros de senhora estes passaram a ser:

Suporte de mise 170$00; Permanente a frio 150$00; Permanente a quente 80$00; Desfrisagem 150$00; Aplicação de tinta 100$00; Corte e mise 50$00; Lavar, cortar e modelar à escova 60$00; Mise simples 35$00; Mise em cabelos compridos apanhados 50$00; Só lavar e modelar à escova 40$00; Corte de cabelo simples 25$00; Manicura simples 20$00.

Estavam no dia 15 do mês de Maio de 1975, quando a Direcção do Grémio pediu ao Ministro dos assuntos Sociais que fosse concedido abono de família e subsídio de doença a todos os Industriais de Barbeiro e Cabeleireiro e ainda a oficiais de ofícios cor relativos que trabalhassem por conta própria.

Nesta data cada empregado usufruía um vencimento de 4500$00.

No mês de Julho de 1975, os valores dos serviços de cabeleireiro de senhora sofreu de novo uma actualizar. A saber:

Para o 1ºgrupo: Suporte de mise 200$00; Permanente a frio 170$00; Permanente a quente 100$00; Desfrisagem 180$00; Aplicação de tinta 120$00; Lavar, cortar e modelar à escova 70$00; Corte de cabelo e mise 70$00; Mise simples 50$00; Mise em cabelo comprido apanhado 60$00; Só lavar e modelar à escova 50$00; Corte de cabelo simples 30$00; Manicura 20$00.

Para o 2ºgrupo: Suporte de mise 170$00; Permanente a frio 150$00; Permanente a quente 80$00; Desfrisagem 150$00; Aplicação de tinta 100$00; Corte de cabelo e mise 50$00; Lavar, cortar e modelar à escova 60$00; Mise simples 35$00; Mise em cabelo comprido apanhado 50$00; Só lavar 40$00; Corte de cabelo simples 25$00; Manicura 20$00.

Em 23/06/1975 verifica-se uma alteração nos estatutos do Grémio. Este passa a ser uma Associação Patronal, em 07/08/1975 têm a intenção de a designarem de Associação e em 24/11/1975 a sua designação era de novo e de facto Associação como a designação de origem mas desta feita designada Associação dos Barbeiros e Cabeleireiros do Distrito de Braga. No entanto existe a necessidade de ser mais abrangente como já efectivamente os nossos antepassados a demonstraram, a de abranger outras localidades que não só o Distrito.

31/03/1976 reeleito de novo como Presidente o Senhor Artur Faria Braga.

No dia 08/03/1977 houve actualização dos preços dos serviços para os Barbeiros, que se fixaram desta feita da seguinte forma:

Para as Barbearias de Braga e outras localidades do Distrito:

Barba 15$00; Corte de cabelo normal 40$00; Corte de cabelo à navalha 70$00; Lavagem de cabelo e secagem 30$00; Secagem 20$00; Spray-net 10$00.

Para as Barbearias de Guimarães, por não concordarem com a tabela estabelecida, os seus preços eram:

Barba 15$00; Corte de cabelo normal 45$00; Corte de cabelo à navalha 75$00; Lavagem de cabelo e secagem 30$00; Secagem 20$00; Spray-net 10$00.

de 50$00 para os estabelecimentos situados nas Cidades e Vilas.

Quota de 10$00 mensais e jóia de 40$00 para estabelecimentos situados nas Aldeias.

Para os ambulantes, estes pagavam de quota 7$50 mensalmente e 30$00 de jóia.

A 29/03/1979 reeleito para o cargo de Presidente da Direcção o Senhor Artur Faria Braga.

Apenas a 21/06/1982 é que é eleito como Presidente o Senhor António Gomes da Silva, até novas eleições em 18/06/1985.

Em 25/07/1988 a presidência do Grémio é assumida pela Senhora D. Maria Fernanda Pereira da Mota que é reeleita a 02/10/1991 e que vai alternando a presidência com o Senhor António Gomes da Silva até 2007, ano em que a presente Direcção tomou posse.

Como podemos constatar:

21/06/1982 É eleito pela primeira vez o Senhor António Gomes da Silva que é reeleito a 18/06/1985.

A 25/07/1988 é eleita para o cargo de Presidente a Senhora Maria Fernanda Pereira da Mota, que é reeleita a 02/10/1991, mas já pertencia às Direcções anteriores com outro cargo.

Como não é possível a esta data tal como no presente um órgão da Direcção ter o mesmo cargo por um período superior a dois mandatos, a 20/02/1995, toma posse novamente como Presidente o Senhor António Gomes da Silva que viria a ser reeleito a 23/04/1998.

Após ter assumido a Presidência por dois mandatos, conforme os estatutos não poderia continuar com o mesmo cargo, o que leva a ser eleita de novo a Senhora D. Maria Fernanda Pereira da Mota a 27/06/2001 e a 28/06/2004 é eleito novamente o Senhor António Gomes da Silva.

Esta Direcção tomou a seu cargo os destinos desta Associação durante 25 anos, do quais não encontramos nenhum registo, apenas constam as actas de tomadas de posse que são alternadas entre o Senhor António Gomes da Silva e a Senhora D. Maria Fernanda Pereira da Mota, ambos tendo como assessora a Senhora D. Maria Peixoto Soares que já se encontrava a prestar os seus serviços à Associação desde 06/03/1968. Uma vez nos comandos a nível administrativo foi-se alargando o seu ângulo de influencias nos mais diversos assuntos que diriam respeito apenas e só à Direcção, no entanto esta senhora mostrando boa fé em tudo o que fazia foi-se apoderando de documentação de forma a que já ninguém sabia da vida da Associação e não elaborando qualquer tipo de informação inclusive a nível financeiro. Esta funcionária da Associação beneficiou de um sem numero de privilégios no seu seio durante 39 anos exercendo funções mesmo após ter atingido a idade da aposentação usando a Associação como algo que era seu quando era e é de todos os associados. Como não há registo de actos levados a cabo por esta Direcção e não tendo a mesma deixado obras feitas leva-nos a crer e como tal a afirmar que a nossa associação esteve parada no tempo durante um longo período de 25 anos.

Por incompatibilidades neste ultimo período de exercício o Senhor António Gomes da Silva afasta-se da Presidência da Associação. Os destinos desta fica a cargo do Presidente interino Senhor Arménio Luís Andrade Pimenta e de uma equipa de sua confiança, como a sua actual secretária Senhora D. Maria de Lurdes Gonçalves Lopes Sousa.

A 25/06/2007 realizara-se eleições por escrutínio a qual ganhou por unanimidade a lista A, que era presidida pelo Senhor Arménio Luís Andrade Pimenta.

Enquanto exercia o cargo interinamente mostrou de imediato trabalho quando transferiu a sede da Associação para as instalações condignas onde hoje labora, uma vez que durante 51 anos a sede se encontrava num edifício praticamente em ruínas onde muitos dos Associados se negavam a entrar tal era o mau estado de conservação.

De modo a alcançar o grande sonho que tem, esta Direcção luta diariamente de forma corajosa para conseguir abrir uma Escola Profissional apta para formar profissionais igualmente aptos e competentes, pessoas capazes de fazer face às exigências da nossa classe e com as quais estamos diariamente sujeitas.

A Associação em tempos áureos teve uma escola profissional, prova também de esforço e dedicação de uma Direcção, mas que for falta de condições e de inercia de outras Direcções que fizeram da Associação um modo de vida agarrando-se ao poder e não se agarraram a lutar pelo melhor para a classe, que esse sim deve ser sempre o primeiro objectivo da Associação, deixaram encerrar a escola existente deixando uma grande lacuna e um vazio no seio da nossa família que é a nossa Associação. Embora não havendo registo da abertura da escola, há conhecimento que de facto ela existiu e laborou por alguns anos efectuando exames pelo menos até o ano de 1989. A sua designação ao que consta segundo relatos de antigos sócios era Escola Profissional dos Barbeiros e Cabeleireiros e Ofícios cor relativos do Distrito de Braga. Após comunicado das entidades competentes a Associação foi informada que um novo organismo tomaria conta da formação profissional, a designada IEFP, Instituto do Emprego e Formação Profissional. A partir daí as Associações não poderiam mais efectuar exames nos modos em que estavam a ser efectuados todavia havia a possibilidade de procederem à Certificação do Espaço e Cursos de Formação mas tal não aconteceu devido à inercia dos membros da Direcção em exercício. Passados 19 anos queremos e sentimos o dever perante a classe de retomar aquilo que jamais deveríamos ter perdido dando tudo por tudo, a nossa dedicação, as nossas forças e o nosso empenho no sentido de colocar a Associação numa posição que a dignifique pois quase uma centena de anos de vida merece uma história digna que embora com esforço seja de glória e sucesso.

Gostaríamos de ter uma história bonita da nossa Associação, a mais antiga dos cabeleireiros do país, gostaríamos que fosse uma história fácil, mas não foi, mas porque temos consciência que só chegamos até aqui porque num tempo remoto alguém lutou muito para até aqui chegarmos sentimos que deveremos continuar a sua luta para continuar a dignificar a classe, servir aqueles que num passado recente desesperaram ao não ser servidos e respeitados nos seus direitos de associados, mas que estão a voltar, voltando provam que são dos bons, que são profissionais de coração e querem o bem da classe que é o bem de todos nós profissionais de Cabeleireiro.

Trabalhemos todos no sentido de daqui a 98 anos algum colega nosso possa orgulhar-se de pertencer a esta família tal como nós estamos a reaver o nosso orgulho porque estamos a dar o nosso melhor no sentido de alcançar simultaneamente o melhor para todos.